SÃO PAULO - O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), criticou na quarta-feira deputados e prefeitos que são contra a construção de presídios em suas cidades no interior do Estado. O governo paulista suspendeu temporariamente o processo de licitação de 44 unidades prisionais, com 36.432 vagas. O lobby contra o projeto nos últimos três meses envolveu mais de 20 deputados e 30 prefeitos.
Sem citar nomes, o governador atribuiu a questões políticas a resistência à construção de penitenciárias. "Todo mundo reclama que precisa de mais presídio, mas querem que seja no vizinho. Alguns partidos de oposição ficam insuflando isso como maneira de catar milho eleitoral", atacou.As cidades de Porto Feliz, Votorantim e Santa Cruz da Conceição foram à Justiça para tentar barrar as obras e recusaram verba federal para o projeto. Mogi-Guaçu, Limeira, Bom Jesus dos Perdões, Aguaí e Piracicaba também reagiram. Serra disse que entende a rejeição que o tema desperta, especialmente na população. "Ninguém quer o presídio nas suas vizinhanças, e com razão."
Mas ponderou que não há outra forma de resolver a falta de vagas no sistema penitenciário. "São Paulo está dividido em municípios. Não se inventou uma maneira de fazer presídios que não seja num município. Até se fizer em alto-mar, no pré-sal, vai ter reclamação também", brincou. O governo criou uma força-tarefa para elaborar novos editais de concorrência para as obras, que devem ficar prontos em 30 dias. O Estado decidiu fazer uma licitação para cada presídio para evitar que uma ação contra uma penitenciária paralise a construção das outras.
terça-feira, 6 de outubro de 2009
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