segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Centro de Ressocialização.

Centro de Ressocialização”
A Associação Educacional Toledo, através das professoras Dra. Cristina e Gilmara, levou seus alunos, estudantes de Direito, para conhecer o “Centro de Ressocialização”, localizado no distrito de Montalvão, em nosso município.
O nome dado ao local, destinado ao abrigo de presos, é, sem dúvida, condizente com o funcionamento daquela casa.
Logo ao chegar, a apresentação do método e normas, bem como os comoventes depoimentos de três presos, causaram estranheza, uma vez que parece utopia crer que os próprios presos ajudam na administração e no bom andamento da casa.
Os presos que permanecem no local passam por avaliações psicológica, social e jurídica, sendo elaborado o perfil social e criminoso do mesmo, com o fim de saber se ele é apto para responder positivamente à proposta de trabalho do C.R..O C.R. exige pessoas que possam e querem voltar ao convívio social com uma nova mentalidade, bem diferente daquela do momento em que foi preso.
Abençoados são os que fizeram este projeto (Centro de Ressocialização). É gratificante e confortante saber que, apesar de estarem privados da liberdade, os presos daquele local são tratados de maneira digna, com respeito e até mesmo com amabilidade.
Um dos depoentes disse, emocionado, que estranhou no momento em que chegou ao C.R., após sair de um presídio, e foi surpreendido com a seguinte frase de um funcionário: _ Pode pegar suas coisas, senhor.Ele disse, ainda, que em outro presídio eles eram tratados por “doido”, “ladrão”, entre outros termos abomináveis.
São nesses pequenos gestos que se reconstrói a auto-estima de uma pessoa.
Um outro preso, em seu depoimento, disse que não culpa a sociedade, pois ele assaltou porque quis, sendo assim só ele é o culpado. Achei interessante o que ele falou, mas creio que seu estado de pobreza, a falta de educação, a revoltante desigualdade social, bem como inúmeros outros fatores, alheios à vontade dele, contribuíram para isso.
Cabe, neste momento, trazer trecho da música “Até Quando?”, do cantor “Gabriel, o Pensador”:“Acordo, não tenho trabalho. Procuro trabalho. Quero trabalhar. O cara me pede um diploma. Não tenho diploma. Não pude estudar. E querem que eu seja educado, que eu ande arrumado, que eu saiba falar. Aquilo que o mundo me pede não é aquilo que o mundo me dá.”
Não se pode referir-se aos presos como monstros e tratá-los como animais. Vários são os problemas que levaram aqueles cidadãos a delinqüir. A maioria não teve condições que estimulassem uma vida honesta. Muitos são vítimas da própria sociedade, das drogas, etc.
Gostaria que todos os cidadãos fossem conhecer o local, principalmente aqueles que um dia tiveram a ousadia de criticar um projeto tão maravilhoso. As críticas, geralmente, consistem em dizer que essas pessoas não merecem ser tratadas com tanto “conforto”.
Na verdade, os presos que ali se encontram são tratados com dignidade, respeito, humanidade, companheirismo. Tratamento esse totalmente contrastante com os demais presídios de nosso país.Com o intuito de exemplificar esse tratamento, vale citar diferenças entre o C.R. e os demais presídios do Brasil.- No C.R. não há celas, mas sim alojamentos (quartos p/ 12 pessoas).- As janelas são do tipo veneziana, as quais substituem as traumatizantes grades dos presídios tradicionais.- Nunca houve nenhuma briga entre os presos do C.R.. Tal afirmação parece fantasiosa, uma vez que fatos desta natureza fazem parte do cotidiano dos demais presídios.- Os próprios presos ajudam na organização e administração do local (realizam tarefas que substituem funcionários públicos). Os funcionários do C.R. não precisam de armas. Já nos outros presídios eles são tratados como animais, por policiais violentos, ignorantes e corruptos.- No C.R., os presos cuidam de uma biblioteca, tem sessões com psicólogos, assistentes sociais, jogam futebol, desenvolvem ofícios em oficinas, etc. Já nos demais presídios ficam entregues à ociosidade.
Espero que todos dêem um voto de confiança neste projeto, pois é fácil diminuir e apedrejar um preso, mas difícil é compreender os motivos que o levaram a delinqüir, e, ainda, é preciso atentar para o fato de que teremos filhos, e, quem sabe um dia tenhamos a infelicidade de vê-los envolvidos com as drogas e crimes?
Creio que ninguém gostaria de ter um ente querido em um desses presídios tradicionais. Imagine saber que essa pessoa está sendo tratada como animal, jogado em uma cela, sendo humilhado, acomodado em um ambiente repugnante, etc.
Apoiando mais Centros de Ressocialização,

2 comentários:

  1. qoeu tenho a dizer é que valeu muito a pena eu tirar meu tempo para ler esse texto publicado, de saber que todos merecen um tratamento digno e saber tanbe, que ainda existe pessoas do bem que pensa no proximo msm sendo um presidiario... oque eu tenho a dizer é que parabéns a voçes fico feliz por essa atitude de existir esse Centro de Ressocialização fiquem com Deus !!

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  2. Boa noite!!! Estou encantada e surpresa ...nem imaginava que existisse lugares como esses no Brasil que realmente tivessem ferramentas que transformam pessoas e as tratam como humanos...gostaria muito de saber como faço pra conseguir uma transferência para o meu filho que se encontra infelizmente preso numa penitenciaria no interior de SP onde é muito longe alem dele já ter concluído ensino médio e la não tem escola para ele e trabalho é muito difícil..seria tremendamente bom a ele e a nos familiares.me orientem por favor!!! Obrigado!

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